Seus olhos buscam o novo Mas não encontram Um coração á palpitar Mãos que remexem no porvir Nuvens espessas sufocam seus sonhos infantis Não há como respirar Então recolhe-se no tempo Ânsia de se encontrar Perguntas sem respostas dançam á sua volta Sua alma grita E por um longo tempo se pode ouvir o eco
Chegou em casa á passos lentos naquela noite de sarau,os poemas mais belos rodopiavam dentro de sua cabeça como bailarinas incasáveis.Ligou o chuveiro e se deixou a ouvir o som da agua caindo enquanto se recostava na parede fria e chorava,lagrimas doloridas e tão familiares.Nas lembranças vultos de uma noite,de um sonho.
Remexeu na velha gaveta,releu textos,mais uma vez viu seu momento parafraseado por Caio F.Abreu -finalmente a possibilidade de amar- murchar diante dos seus olhos.
Riu de si mesmo,riu da vida,e no meio de tantos papéis encontrou um pedaço de texto que guardara para se um dia acaso encontrasse seu grande amor,preso a ele com um lindo clip dourado uma foto tão singela,seu sonho doce de menina ja amarelado pelo tempo.
“Eu te entrego todo o meu romantismo barato e as minhas palavras repetidas. O meu tom suave e a minha mão quente. Eu te entrego a minha parte marginal e você me conserta. Eu te dou amor e você me dá uma moradia no seu coração. Eu me dou. Você me segura?”
Depois daquela imensa tarde de quem sou.
Ajeitei os livros na estante,tirei a poeira do tempo,
escolhi um lugar especial,
deixei o amor.
A forma como eu quero amar se perdeu no tempo.
Todos os portões se encontram vazios,
cartas não são mais escritas e papeis estão todos empilhados em branco.
Percebo em que são baseadas as escolhas,
não exite mais poesia,poucos se
encantam por um sorriso,por um gesto simples,por um olhar doce.
Percebo que não pertenço á esse mundo de glamour,de corpos esculturais,status.
A solidão é minha maior companhia,
e isso não faz de mim uma pessoa infeliz.
E se a vida é como á vejo,prefiro vive-la do meu modo
As vezes me deixo á olhar nos olhos
Olhos que não me vêem,e nem tem porque
Descubro que meu mundo é insignificante
As lagrimas rolam,os olhos ardem
Me fecho para os meus pequenos sonhos
Ouço meu coração, este apertado me dá bons conselhos
Conselhos de quem não quer mais sofrer
Aprendo dia a dia a viver comigo mesma
Sem medos,sem possibilidades,
As vezes me contento com sorrisos de quem só conheço por fora
e alegrias que sobem as nuvens todo fim de tarde
E quando a noite é longa,bem baixinho entre outras coisas ouço Ella Fitzgerald, herança da minha avó,as vezes os sonhos se renovam,as vezes não...
Mas isso sinceramente é o de menos
As vezes nada fará sentido.
Porque nem tudo precisa significar algo.
Caminho se cruzam ou não
E haverá momentos que o vento da vida levará para longe,
desejos,pensamentos soltos,delírios...
Podam-se até os sonhos mais insanos.
E haverá tantos "recomeçar" que não se pode contar nos dedos
Portanto vivamos intensamente a poesia de cada momento
e que no infinito de nossa imaginação
seja eterno enquato dure.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
durante a vida inteira é porque mente.
(Amar.Florbela Espanca )
Prosseguir...
Olho para a vida com o mesmo olhar inquieto
Enxugo as lagrimas com a mesma intrepidez
Abraço os momentos com a mesma saudade
Leio os livros velhos
Ainda conto histórias bobas
E não consigo entender o orgulho de algumas pessoas
Minha solidão já não doi tanto quando lembro-me que fui primavera
Moe,Larry e Curly ainda me arranca boas risadas se você quer saber
Vou seguindo á diante tentando não olhar para trás
Já não vale á pena viver cercada pelos velhos muros
Como doi em mim a falta de um amor
Obsoletos são os meus caminhos
E me enredam para uma solidão repleta de lembranças
O amor que se vai nos preenche até com sua própria ausência
Pois quando ainda podia sentir-lo era completa em meus sentidos
As vezes guardamos tudo que restou, meras palavras
Hoje quero abraçar a mim mesma,guardar meus pequenos sonhos naquele lurgazinho de sempre,fechar meus olhos
Sentar-me na varanda sentir uma brisa suave tocar meu rosto...
Chorar
Eu disse hoje?
Mera coincidência
Quem é você
Que não se traduz num olhar
Se perde em meias palavras
Que não se cala porque consente
Mergulhado em seus intensos silêncios
Queria bater em sua porta
Já percebi que suas trancas são inventadas
Te encontro perdido em meio a seus ensaios de amor
Cá estão meus olhos túrbidos por suas peculiaridades
Imersa em seu mundo de labirintos
Tão perto e tão longe
Corações encostados batendo desiguais
Acabou,hora de se recompor
Refazer os caminhos
Recontar as possibilidades
Se reencontrar no silêncio
Reler os poemas
Romper com as lembranças
Encontrar doçura na acidez dos dias
Acercas para alimentar meus devaneios mais insanos
Parte de minhas noites de insônia
Acorda comigo
É surreal ficar te sentido de longe
Me perder nos teus sorrisos imaginários
Me adentrar em suas palavras e ali me deixar ficar por horas
As vezes quando escrevo me debruço no teclado,mordo as hastes dos óculos,tomo um café, e neste exato momento imagino o que você possa estar fazendo
Te encontro todas as noites,mas voce não ver
Estou nas entrelinhas
É um gostar sozinho
A majorar na ausência
Na roça com os meus avós
.Formatura da 4ª série
.Assistindo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain pela primeira vez
.Sentada na praça com um amigo
.Em uma garagem vendo um ensaio de uma banda de Rock
.Na barriga da minha mãe
.Dançando "Não Se Reprima"com minha melhor amiga de infância na chuva
.Nos anos trinta
.Comprando pipoca em um carrinho
.No teatro vendo 39 degraus de Hitchcock
.Acordando do lado de quem eu amo
.No show de O Teatro Mágico
.Contracenando com aquele cara de “A vida é bela”
.Na praia lendo Clarice
.Brincando de Changeman e Jaspion com meu irmão
.Em um lugar,qualquer lugar onde sorrir fosse mais fácil que chorar
Não sei se demorei para compreeder o óbvio,nem sei onde foi que me perdi.Mas acho que tenho uma boa percepção,pelo menos sentir que era hora de ir,e fui.
Guardo pra mim um dos seus sorrisos,enquanto falava o quanto era feliz por enfim estar fazendo o que gosta,o seu olhar cheio de perspectivas e sonhos,a imagem do menino cabeludo pintado de palhaço que eu vi pela primeira vez,seu jeito louco e lindo de ser,filme francês.
Embora nem sempre perto,ainda assim aprendi com você que vale a pena começar de novo,aprendi que existe muito á descobrir,muita música boa pra gostar e ouvir de olhos fechados.Aprendi que pessoas raras existem,e que corações perfeitos estão soltos por ai.
Prometo guardar pra sempre um pedacinho de você em mim.
E seguiremos em frente a reunir os fragmentos que faltam.
Quando vou ver você de novo?
Você partiu sem um adeus, nem uma única palavra foi dita
Nenhum beijo final para selar qualquer coisa
Eu não tinha idéia do estado em que estávamos
Eu sei que tenho um coração inconstante e amargurado
E o olho de um errante, e um peso na minha cabeça
Mas você não se lembra, não se lembra?
A razão pela qual você me amava antes,
Baby, por favor, lembre de mim mais uma vez.
Quando foi a última vez que você pensou em mim?
Ou você me apagou completamente de suas memórias?
Porque muitas vezes eu penso onde eu errei.
E quanto mais eu penso, menos eu sei.
Mas eu sei que tenho um coração inconstante e amargurado
E um olhar errante, e um peso na minha cabeça.
Eu te dei o espaço para que você pudesse respirar,
Eu mantive minha distância, assim você iria ser livre,
Eu espero que você encontre a peça perdida
Para trazê-lo de volta para mim.
Por que você não se lembra, não se lembra?
A razão pela qual você me amava antes,
Baby, por favor, lembre de mim mais uma vez.
Quando vou ver você de novo?
